Aula de Sociologia – 2º ano
(ainda não atualizada)
Introdução a Sociologia
(Transparências do 1º ano)
Temas:
1-) Análise da formação diversificada da população brasileira:
“ Todo brasileiro traz na alma e no corpo a sombra do indígena ou do negro." Gilberto Freyre
Freyre estudou na Universidade de Columbia nos Estados Unidos onde conhece Franz Boas, sua principal referência intelectual. Seu primeiro e mais conhecido livro é Casa-Grande & Senzala, publicado no ano de 1933. Em 1946, Gilberto Freyre é eleito pela UDN para a Assembléia Constituinte e, em 1964, apóia o golpe militar que derruba João Goulart. A seu respeito disse Monteiro Lobato:
"O Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser. Freyre é um dos gênios de palheta mais rica e iluminante que estas terras antárticas ainda produziram."
Quando fazemos uma reflexão sociológica sobre o Brasil a primeira parte a se destacar é o aspecto heterogêneo em sua formação. O Brasil tem como formação cultural a miscigenação de diversos povos.
Origens do Brasil:
RAÍZES: INDIGENA LOCAIS, NEGROS ESCRAVOS ESTRANGEIROS, PORTUGUESES COLONIZADORES ESTRANGEIROS
O que é ser brasileiro então?
"Quando, em 1532, se organizou econômica e civilmente a sociedade brasileira, já foi depois de um século inteiro de contato dos portugueses com os trópicos; de demonstrada na Índia e na África sua aptidão para a vida tropical. Formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida de índio, e mais tarde de negro, na composição.”Trecho de Casa-Grande & Senzala”
"Durante quase todo o século XVI a colônia esteve escancarada a estrangeiros, só importando às autoridades que fossem de fé católica. Temia-se no adventício acatólico o inimigo político capaz de quebrar aquela solidariedade que em Portugal se desenvolvera junto com a religião católica. Essa solidariedade manteve-se entre nós esplendidamente através de toda a nossa formação colonial." Trecho de Casa-Grande & Senzala.
"A casa-grande do engenho que o colonizador começou, ainda no século XVI, a levantar no Brasil - grossas paredes de taipa ou de pedra e cal, telhados caídos num máximo de proteção contra o sol forte e as chuvas tropicais - não foi nenhuma reprodução das casas portuguesas, mas expressão nova do imperialismo português. A casa-grande é brasileirinha da silva."Trecho de Casa-Grande & Senzala.
Fatos marcaram a construção da identidade sociológica do Brasil:
Indepedência: (7 de setembro de 1822) A independência no Brasil trouxe conseqüências diferentes das acontecidas em outros territórios. À semelhança do processo de independência de outros países latino-americanos, o de independência do Brasil preservou o "status" das elites agro-exportadoras, que conservaram e ampliaram os seus privilégios políticos, econômicos e sociais. Foi mantido também os latifúndios, a produção de gêneros primários voltada para a exportação, modelo de governo monárquico e a escravidão.
Abolição da escravidão: Em 13 de Maio de 1888, o governo imperial rendeu-se às pressões e a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil. A decisão desagradou aos fazendeiros, que exigiam indenizações pela perda de "seus bens". Como não as conseguiram, aderiram ao movimento republicano. Ao abandonar o regime escravista, o Império perdeu uma coluna de sustentação política. O fim da escravatura, porém, não melhorou a condição social e econômica dos ex-escravos. Sem formação escolar ou uma profissão definida, para a maioria deles a simples emancipação jurídica não mudou sua condição subalterna nem ajudou a promover sua cidadania ou ascensão social.